"É uma festa surpresa que damos a nós mesmas. As feridas amorosas que se curam, que já não doem, que se fecham, devem ser tomadas assim: com reverência. Acontece um dia, depois de andar penando quem sabe como e quanto. Tínhamos ficado machucadas, como frutas que alguém morde e depois decide não comer. Como flores arrancadas de seu talo, como pedras de um colar quebrado. E acontece de repente - talvez porque o tempo tenha passado, talvez porque sejamos sábias - que pensamos nele e que ou vemos, e é ... um homem, simplesmente um homem, um homem que já não nos comove. Nós o compreendemos com a mente, mas também com o coração e necessariamente com as unhas, as palmas das mãos, os joelhos e a pele do ventre: há cicatriz aí onde antes houve ferida. Capítulo fechado. Livro terminado. Lição aprendida. Flor em seu talo. Fruta intacta.
Não há rancor: há futuro."
- Sandra Russo, no livro "Perdoem nossos prazeres" - V & R Editoras, 2006
quarta-feira, 8 de abril de 2009
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